gael come a mim:
fome ambiciosa
de antíloque duro,
ávido por júbilo.
os pulos são teias.
as gaias, fissuras.
juntas insinuam,
conectam tais ânsias.
gael masca a mim:
a língua ora áspera
invade os buracos
do nariz, as ancas
ou qualquer lascívia
tão aberta, ilícita.
gael depois disso
sempre sabe onde
pousar o seu mastro:
só nestes remansos
em que jazem olhos
lânguidos, salubres.
engulo-o no íntimo,
recolho-me ao ócio
garanto retorno
de gael antíloque.
DOUGLAS LAURINDO (Manaus – AM) é graduado em Letras – Língua e Literatura Portuguesa (UFAM). Além de atuar como professor, dedica-se à pesquisa. Escreve contos e poemas, tendo trabalhos publicados em revistas como Aboio, Ruído Manifesto, Subversa, dentre outras.