Como Leonora Carrington,
extraio minhas cores dos pulsos.
Índigo, viscoso,
retrato de lua e prata.
Sou uma coruja alquimista.
Em alguma curva do tempo,
eu me deito, escondida
Trapezistas, amores perdidos
— meu mundo é repleto
E rico como
aquarela que se dissolve.
Bailarinas, julietas,
olhares trocam carícias
Digo sim ao eterno,
deus não me intimida.
Catharina Azevedo nasceu em Salvador, em 1997, e é a segunda das três filhas de sua mãe. Cursa atualmente o Bacharelado Interdisciplinar em Artes, na Universidade Federal da Bahia. Gosta de ler e de escrever desde sempre, isto é, desde que começou a entender o que eram as letras e como elas permitiam a contação de histórias. “deixe o bando correr selvagem” (Mormaço Editorial, 2022) é seu primeiro livro de poemas.