Eu cheiro a sujeira
uma mistura de mijo, vômito e
homem
sufocante angustiante
o zumbido constante da sala
mal iluminada
a viscosidade do líquido do copo
em minhas mãos
é claustrofóbica
cada vez mais pior,
paro de respirar
meus olhos ardem
a sala começa a girar
e o gosto
de sangue
é sentido em minha língua
o copo quebra
a luz se apaga
SAM NINA é taurina, nascida em 1995 e acredita na importância do continuum lésbico. Questionadora da existência humana e de padrões de feminilidade. Tem poemas publicados no e-book Dossiê LiterAmazônicas (2021), Revista Ruído Manifesto (2021) e Coletânea Erótica: Versos Lésbicos pela Editora Tucum (2022). É uma das editoras da Revista Torquato.