“Cansaço da sanguinolenta
inabitável primavera
um cão vira-lata fareja a única passagem”
(A.Zanzotto)
No asfalto, passos descompassados.
Suspensas vidas
vidas que esperam
outras vidas.
Germe de girassol,
húmus passagem fértil
no grão da terra
poeira de pólvora
no céu que acorda sem dormir
A constelação, outra natureza,
química combinação.
As papoulas murchas no cinza.
As raízes embaixo se apressam.
Patricia Peterle (1974) nasceu em São Paulo, cresceu no Rio de Janeiro e mora em Florianópolis. É crítica literária, tradutora e professora de literatura italiana da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem vários ensaios dedicados à escrita poética e seus poemas foram publicados Acrobatas, Mallamargens, Ruído Manifesto, Revista Sepé, Palavra Comum, Mirada Janela Cultural e Subversa-literatura luso brasileira.
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