no te puedo olvidar
e antes de qualquer palavra
já tinha existido
tu teu contorno
bonito
teu terreno imaculado
sinuoso e
selvático
a minha primeira história
o que tenho a dizer agora
não é mais nada
não é nenhum adeus
nenhuma resposta
nem mesmo para a pergunta
aquela
que há tantos anos
espera
e permanece
pois aqui as palavras são
apenas a relação entre
o passado e o
espaço
sim sempre te bati mas
nunca te matei
seguiremos suspensos
nos delírios de um sonho sem fim.
Nathália Rinaldi é petropolitana e também vive(u) no Rio de Janeiro. É professora, escritora, pesquisadora, artista. Autora das zines “Caixa sem saída” (2020) e “Ir como para o nada” (2021), é graduada em Letras (2017) e pós-graduada em Literatura Brasileira (2018), ambas pela UERJ. Mestranda no programa Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio, integra o grupo “Arte Socialmente Implicada” (RJ) e o coletivo nacional “Nós, as poetas!”.