a flor não sonha com a abelha
ela
apenas floresce
e a abelha
aparece
sempre fora assim
uma pequena
semente
prende-se
na terra
querendo vida
a operária
desde cedo sabe
sua funcionalidade
brotar requer certa força
não apenas esperança
se assim fosse
o mundo
bom seria
e nenhuma abelha
trabalharia
dias árduos
sabe pouquíssimo a flor
por que precisa
da bendita abelha
que de grão em grão
mantém
cultivada
e fecunda
a espécie humana
Débora Bacelar nasceu e mora em Manaus, Amazonas. Tem 24 anos, é profissional da área de Letras – Língua e Literatura Portuguesa e pesquisadora no âmbito literário. Tem poemas e contos publicados em revistas como Ruído Manifesto e Mal de Ojo (2021) e em coletâneas como LiterAmazônicas (2021). Escreve, pois acredita na transformação por meio da palavra e, além disso, busca expressar o não dito nas estrelinhas da poesia.